Vasco Acerta com a Umbro por 3 anos e meio


Já está decidido em São Januário: a Umbro será a fornecedora de material esportivo do Vasco pelos próximos três anos e meio. Após o acerto verbal entre as partes, falta apenas formalizar o contrato com a empresa de origem inglesa, que já trabalhou com o clube entre 2003 e 2005, na gestão de Eurico Miranda. No entanto, a saída da Penalty neste momento - um alívio tanto para a torcida, que a rejeitava, quanto para a diretoria - promete criar muita discussão, já que os grupos políticos que vão concorrer nas eleições de agosto esperavam renegociar os valores no futuro.
Nos bastidores, há quem garanta que o caso ainda vai parar na Justiça. Conselheiros e movimentos de oposição consideram que a manobra pode ter supostos interesses. Cristiano Koehler liderou a mudança no rumo das tratativas mesmo após o presidente Roberto Dinamite prometer, em reunião do Conselho Deliberativo de 16 de junho, que só assinaria vínculos curtos. No último encontro com os representantes da marca, comprada pela Nike em 2007, o CEO do Vasco teve a companhia do vice de futebol, Ercolino de Luca, e o vice geral, Antônio Peralta, para darem a anuência. Toda a negociação já foi aprovada pelos poderes cruz-maltinos.
Comentava-se que as cifras definidas estão em nível não muito distante do acordo anterior, de 2009, e que previa um abatimento nas parcelas em função de uma dívida que o clube contraiu com a Penalty. O clube nega que as bases sejam semelhantes e, num primeiro momento, evita falar em valores. A proposta da Umbro inicialmente, de fato, não agradou, mas Koehler retomou as conversas pelo fato de o Vasco não falar a mesma língua que a fornecedora atual, que ainda estampará seu nome nos uniformes de jogadores e comissão técnica por 90 dias, em transição já combinada, evitando que haja falta de material em breve, uma vez que a confecção demora.
Já havia até um modelo aprovado para as três camisas do time profissional pronto para ser lançado, tamanha era confiança da parceira, mas a troca de críticas de lado a lado e as dores de cabeça sobre o material eram frequentes e o desfecho positivo melou. A Penalty perdeu o prazo de preferência para cobrir a oferta, de acordo com o que o reza o vínculo.
PENALTY: POLÊMICAS E CONTRATO DESCUMPRIDO
Sobre a antiga parceira, integrantes do departamento de marketing, em outras épocas, alegam que não tinham sequer acesso à remessa enviada. Ex-dirigentes e profissionais da área do clube lembram que as categorias de base utilizavam constantemente material defasado porque o controle de distribuição era precário. Esse foi um dos motivos para que a relação piorasse com o passar do tempo. Dinamite teria dado a ordem para que o almoxarifado fosse o único responsável pelas movimentações e tinha alocado no setor um de seus parentes contratados. Internamente, há quem suspeite de desvios de produtos.
- Era peça para caramba e acabava com uma velocidade grande. Essa chegada e distribuição sempre funcionou em um departamento separado, achávamos errado, mas não tinha contestação - contou uma fonte que pediu para não ser identificada.
O mandatário não foi encontrado para comentar a acusação, nem mesmo através de sua assessoria. Já a fornecedora respondeu sobre o caso quando solicitada e, sem se envolver, afirmou que "da porta para dentro, a gestão de material era exclusiva do clube" e que "o volume de peças sempre foi honrado e entregue dentro do cronograma".
Cada jogador profissional tinha direito de levar jogos de camisas e, nas partidas, havia a troca padrão no intervalo. Com os shorts, porém, era diferente. Ao ouvirem pedidos dos torcedores, alguns mostravam como ela estava puída e explicavam que não poderiam a ceder. Os adesivos de patrocinadores que soltaram diversas vezes em campo ficavam a cargo do Vasco por causa da rotatitividade de marcas pontuais e eram feitos por uma empresa em São Januário.
Por outro lado, além da discussão da diferença de valores e do repasse de royalties, identificados em balanços e contestado pelo Conselho Fiscal em 2011, a Penalty também não cumpriu itens do contrato, como a inauguração de uma megaloja no Nordeste. A franquia Gigante da Colina, que chegou a ter 20 estabelecimentos, foi um projeto em união com a SPR.

A construção da megaloja, no estádio de São Januário, e os lançamentos das terceiras camisas (azul, preta e templária), cujas vendas fizeram sucesso e ganharam eventos especiais, foram tratados como acertos no período. Outros projetos, como as campanhas “Eu não abro mão”, “Vasco na Pele” e "Trem Bala da Colina” são motivo de orgulho da empresa paulista.

Fonte:Globoesporte.com