Guiñazu sobre excessos de cartões "Às vezes, se não tomar o amarelo, o time pode sofrer um gol"


Sem se preocupar com qualquer avaliação politicamente correta, o argentino Guiñazu mostra com as palavras um pouco da autenticidade e da vontade que tem dentro de campo. Recordista de cartões amarelos do Vasco na temporada - foram quase 20 ao todo - e com três suspensões acumuladas na Série B, resultado de nove advertências em campo, o jogador retorna ao time para enfrentar o Santa Cruz em Recife, no próximo sábado.
Na filosofia do gringo, é impossível se controlar para evitar um carrinho ou até uma falta se há perigo de gol contra sua equipe. Guiñazu lembra que sempre foi assim e diz que não vai mudar aos 36 anos de idade e quase 20 de carreira.
- Não me controlo nunca, nunca me controlei em 18 anos de carreira. Às vezes, se não tomar o amarelo, o time pode sofrer um gol, pode sair uma jogada de perigo. Para mim, isso é importante (esse pensamento). Vou querer sempre levar o cartão para evitar qualquer coisa. Sempre vi futebol desse jeito - lembrou o argentino.
Com a ressalva de que respeita quem pensa diferente e que não é uma crítica a outros estilos no futebol, Guiñazu comparou o seu jeito de atuar, com muita marcação e carrinhos de sobra - "faço meu melhor sem querer machucar ninguém" -, com o de jogadores que às vezes pecam pelo excesso de individualismo e que perdem jogadas por conta de um drible a mais. Ele tratou quase como uma façanha ter passado por quatro jogos pendurado até ser suspenso contra a Portuguesa.
- Não sei como  aguentei jogar quatro partidas com dois cartões amarelos. Eu mesmo falei que não ia aguentar (risos). Não faço falta para levar amarelo, mas é meu jeito de tentar salvar um gol. Prefiro fazer uma falta do que levar o gol contra meu time. É meu jeito, sempre fui assim, não vou mudar agora aos 36 anos. Vejo futebol em todo lugar do mundo, às vezes sai o gol porque o cara não corta a bola, não se joga, não faz a falta e ninguém fala nada. O cara dá um drible a mais, perde a bola e o volante corre 70 metros para trás e ninguém fala nada. Não estou criticando ninguém. Mas é meu jeito de ver as coisas, é isso que transmito - disse o jogador do Vasco.

Fonte:Globoesporte.com