Acordo com eder Luis que estenderia vínculo até 2018, não foi assinado e vai depender de retorno do jogador aos gramados


Considerado reforço para o segundo semestre para um time que carecia de nomes de mais peso, Eder Luis, hoje, é uma incógnita no Vasco. Após longo tempo de preparação para voltar aos gramados, a renovação de contrato do jogador, que estava acordada para até 2018 - extensão de dois anos além do vínculo atual, que termina em junho de 2016 -, está suspensa pela diretoria do Vasco. O motivo: a recuperação do jogador e até o retorno em plenas condições do atacante aos gramados preocupam o Vasco.
Eder se lesionou, rompendo o menisco do joelho direito, meses depois de se transferir para o Al-Nasr, em setembro de 2013. Fez 21 jogos - todos como titular e camisa 9 - e marcou oito gols nos Emirados Árabes. A grave lesão o levou à Itália, no início de 2014. No país europeu, o jogador se submeteu à implantação de menisco de cadáver. Mas a cirurgia com menisco de cadáver, procedimento raro no Brasil, terminou não sendo bem sucedida. O corpo do jogador rejeitou o enxerto da operação italiana e, além de um pequeno ajuste cirúrgico no local pouco tempo depois, o atacante do Vasco ainda voltou para mesa de um hospital. Na clínica do ortopedista Rene Jorge Abdalla, especialista em cirurgia de joelho, Eder retirou o implante e realizou outra operação no fim do ano passado, em São Paulo.
O jogador fez parte do tratamento com o fisioterapeuta Fabio Marcelo e depois com Marcelo Coutinho. Rato, como o fisioterapeuta é mais conhecido, conta que a recuperação integral após cirurgia delicada não era realmente simples. Ainda mais pelo longo tempo de inatividade - mais de um ano e meio parado.
- O Eder ficou com um caroço atrás do joelho, o enxerto saiu do lugar, arrebentou. Era como um corpo estranho. Mas na cirurgia em São Paulo foi retirado o menisco e foi feita uma limpeza total, como uma artroscopia, tirando fibrose também. Quando saiu para voltar ao Vasco e cuidar da preparação física estava liberado - explica Rato, que não espera mudanças na condição de jogo dele, um dos temores em São Januário. - A velocidade dele é a mesma. Nos testes que fizemos na praia, na grama, a rapidez era absurda.
Com relacionamento próximo à atual diretoria do Vasco, Márcio Bittencourt, empresário de Eder Luis, que também representa, Serginho, Christiano, Yago, Jhon Cley - os dois últimos negociados, recentemente - e Rafael Silva, não tem previsão para que o acordo seja assinado. O contratou chegou a ser redigido, porém, houve orientação da diretoria para que o compromisso, ao menos temporariamente, fosse adiado. A extensão era em benefício do Vasco, que reduziria o salário do jogador - um dos mais altos do atual elenco, com cerca de R$ 250 mil - pela metade, e também para dar tranquilidade de um contrato mais longo para o atleta de 30 anos.
- Minha entrada no Vasco é ótima. Acertamos a prorrogação e o Eder está muito focado em voltar 100%. Não foi oficializado porque precisa rescindir o antigo contrato para fazer outro - diz Bittencourt, admitindo, porém, que em caso de mudança de ideia as partes podem se ajustar. -  Qualquer situação diferente sentamos e resolvemos - diz o empresário de Eder Luis.
Trabalhos apenas de musculação
Nos bastidores do clube há desconfiança sobre a retomada da carreira do jogador. As últimas e únicas duas partidas de Eder no seu retorno ao Vasco foram há dois meses. Ele entrou no fim dos 4 a 0 a favor do São Paulo, em Brasília, e nos 2 a 0 Grêmio, em Porto Alegre. Atuou menos de 60 minutos nas duas partidas e voltou a sentir dores em seguida.
- Pelas medições que fazemos no dia a dia dos atletas percebemos que ele jogou duas partidas, mas parecia que tinha jogado 30 jogos seguidos. Vimos a longo prazo que não ia dar certo, até pelas dores que ele nos apontou. E avisamos que teríamos que retirá-lo para que ele ganhasse massa muscular. Hoje, ele faz trabalho indoor, de musculação e testes de força, em dois períodos - explica o coordenador científico do Vasco, Alex Evangelista.
O jogador realiza semanalmente novos testes de força e de medição de massa muscular. O monitoramento indica ganho de massa muscular, mas ainda insuficiente para "proteção" do joelho operado do jogador. O caso é semelhante à situação de Nei, que também não tem menisco no joelho direito. Mas a estrutura física dos dois jogadores é bem diferente. O lateral-direito tem biotipo e estrutura óssea de um jogador de defesa, que sempre se destacou mais pela marcação. Eder é um jogador de velocidade, um ponta. O temor do departamento de futebol vascaíno é que, por estas características distintas, o joelho de Eder não aguente tanto fortalecimento muscular.
- Tivemos consentimento da diretoria e do próprio jogador para tratar da saúde do Eder. Semana que vem vamos analisá-lo novamente e vamos ver. Se estiver perto do que a gente espera, a gente vai traçar novo objetivo para ele voltar a correr no campo - diz Evangelista.

Fonte:Globoesporte.com